top of page

DISCURSO DE POSSE ACADEMIA MARANHENSE DE MEDICINA



Drª. Márcia da Silva Sousa

CRM MA – 2737


Excelentíssimo Senhor Presidente em exercício da Academia

Maranhense de Medicina, Acadêmico Aldir Penha da Costa Ferreira;

Passo aos cumprimentos, cumprindo o que é a forma regulamentar, e

com imensa satisfação, através de vosso nome, cumprimento aos

ilustres componentes desta mesa.

Cumprimento (autoridades), a cuja presença agradeço.

Meus confrades, minhas confreiras;

Professores e colegas;

Queridos familiares e amigos;

Senhoras e senhores;

Hoje nesta reunião, neste recinto solene, perante os senhores

acadêmicos, na presença de outras ilustres figuras da Medicina, de

autoridades, de companheiros de trabalho, de amigos e de minha família,

sou empossada como Membro Titular da Academia Maranhense de

Medicina. Recebo esta honraria, envaidecida, profundamente gratificada,

mas perfeitamente consciente da responsabilidade e do que representa

ser membro desta instituição.

Senhor presidente, sinto-me pequena perante a grandeza de quem

me antecedeu. Trata-se de formidável história de vida. O desfecho, todos

sabemos. Foi numa madrugada que descortinou um dia em que o sol,

apagado, refletia a própria tristeza e a medicina chorou… Mas viagem é

bela e não faz falta que eu lhes diga como começou.

Maria Augusta Brahuna Alvim, nasceu ornada de todos os

significados de seu nome. Era Augusta! A pequena estatura contrastava

a nobreza imensurável daquele ser humano. Augusta e obstinada,

Augusta e doce, Augusta e dedicada. Médica e professora nata, no afã

de transmitir seus conhecimentos, conseguia ir muito além. Mais que a

teoria e para além da prática, era a mestra inspiradora de seus


aprendizes. Discorria com maestria, capturando-nos o olhar atento e só

após esgotar tantos e outros recursos, acrescentava que se tempo

houvera, muito mais teríamos a ouvir de seu saber. Elegante, acreditava

profundamente na força da polidez como forma de aparar as diferenças e

valorizar o humano. Desconheço palavra que descreva o privilégio de ter

sido, uma sua aprendiz e sinto permanente a aspiração estudantil de

querer, quando crescer, ser como ela. Há os que nascem médicos e há

os que se tornam, isto o proceder revela e o tempo distingue. Ela brilhava

entre os primeiros.

Natural de Pastos Bons, nasceu a 05 de fevereiro de 1942.

Cresceu sob a proteção e cuidados de seus pais, Cleonizard Brahuna e

Joana Coelho Torres Brahuna, e no convívio com os irmãos, parentes e

amigos. Menina viva e inteligente, aos 5 anos já lia e escrevia.

Estudou o primário na Escola Municipal Dr. José Neiva, onde se

destacava pelos seus conhecimentos de português e aritmética. Note-se

que àquela época, não era comum encontrar uma menina que gostasse

dos números. Mal concluía esta fase, externou aos pais a vontade de

prosseguir seus estudos, pois pretendia cursar medicina e voltar para

cuidar das crianças de sua terra. Aos 10 anos foi estudar no curso

ginasial do Colégio Santa Teresinha, em Floriano-PI, levada por seu pai.

Aplicada, lá também demonstrou seus conhecimentos em português,

matemática e em latim. A baixa estatura obrigava-a a subir em um

banquinho para resolver os problemas no quadro negro, mas nada a

desestimulava. Obstinada, seguiu adiante e laureada como a primeira

aluna do colégio, viajou para São Luís em 1958, aos 16 anos, para fazer

o científico e se preparar para o vestibular da Faculdade de Ciências

Médicas do Maranhão.

Nessa mesma época, seu futuro esposo, Aymoré Alvim (que me

honrou com suas palavras), deixara o Seminário de Santo Antônio e

buscava colégio para cursar o científico e também se habilitar ao

vestibular de medicina. Foi assim que se encontraram no Colégio São

Luís. Moça linda, graciosa e meiga, porém, muito séria, logo chamou

atenção e o rapaz imaginava jeito de se aproximar. Tornaram-se amigos

e passaram a estudar juntos na Biblioteca Pública Benedito Leite. Disse-

lhe que não sabia Física e ela se prontificou a ensiná-lo. Num belo fim de

tarde, final de dezembro de 1960, ao descerem as escadarias da

Biblioteca, ele encheu-se de coragem virou o rosto para outro lado e

agarrou-lhe a mão. Com o coração disparado, aguardou a reação que

não veio. A dúvida, se havia sido aceito ou fora apenas uma


consideração ao amigo, durou até o dia seguinte. Iniciaram, então, uma

relação de afeto com a qual atravessariam os seis anos do curso e mais

dois de pós-graduação. Em fevereiro de 1970 casaram-se em Pastos

Bons. Três filhos: Aymoré Filho, Augusto José e Bruno enriqueceram sua

casa, enchendo-a de muita alegria, aumentando-lhes a felicidade. Nesse

mesmo ano, por concurso público, ingressaram juntos na docência do

curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão.

Enquanto estudante de medicina, não fugiu ao habitual e foi aluna

exemplar. Dedicada, buscou estágio voluntário extracurricular na

Maternidade Benedito Leite, no setor de pediatria do Hospital Dr.

Juvêncio Mattos e no Pronto Socorro Municipal de São Luís entre os

anos de 1963 e 1966.

Imediatamente após sua graduação, foi admitida na Residência em

Pediatria no Hospital Infantil da Cruz Vermelha Brasileira em São Paulo,

concluindo esta especialização em 1969. Incansável, buscou

especializar-se também em Formação Didático-Pedagógica, em Doenças

Infecciosas, fez Treinamento de Executivos Hospitalares (o que se

conhece hoje por Gestão Hospitalar), treinamento em Medicina Tropical

(USP) e em Patologia Tropical (UFMA), além do treinamento em

Diagnóstico, Tratamento e Profilaxia da Bilharziose e Filariose pelo

Instituto de Medicina Tropical em Berlin na Alemanha Ocidental no ano

de1986. Não havia, para ela, conhecimento bastante frente ao seu

desvelo em melhorar a vida do próximo.

Como docente, a Professora Maria Augusta construiu brilhante

carreira na Faculdade de Medicina da Fundação Universidade do

Maranhão onde ingressou em 1970, aprovada em primeiro lugar como

professora Auxiliar de Ensino na disciplina de Doenças Tropicais e

Infecciosas. Progrediu para Professora Assistente I na disciplina de

Doenças Infecciosas e Parasitárias do Departamento de Patologia,

seguindo para Professora Adjunto I e Professora Adjunto IV nesta

mesma disciplina. Continuou sua progressão acadêmica para Professora

Adjunto IV – DE, relotada no Departamento de Medicina III, na disciplina

de Pediatria com exercício no Hospital Universitário em 1995, ano em

que concluí residência naquele mesmo hospital e iniciava minha carreira

com médica da UFMA, o que me permitia reencontrá-la habitualmente,

sempre recebendo um cumprimento emoldurado por seu belo sorriso e

uma repreensão por ter cortado as tranças que usava quando estudante.


Na assistência, encantava-nos especialmente o cuidado

meticuloso com seus pacientes e o tratar respeitoso e ético com a equipe

de trabalho. “Nada mais que a obrigação de todos”, dizia-nos, sem

permitir que Narciso a contaminasse com vaidades vãs. Atuou, destarte,

como médica do Hospital Dr. Juvêncio Mattos, do Instituto Nacional de

Previdência Social (INAMPS) lotada no Hospital Presidente Dutra no

Setor de Pediatria e Berçário, e como plantonista do Pronto Socorro

Municipal de São Luís com exercício no Pronto Socorro do Caratatiua.

Na gestão, exerceu os cargos de Diretora Substituta da Divisão

Médico-Assistencial do Hospital Materno Infantil e Secretária do Centro

de Estudos do Hospital Presidente Dutra. Foi Chefe de Clínica Pediátrica

e Assessora Técnica da Diretoria no Hospital Materno Infantil para

implantação do Serviço de documentação Científica, permanecendo

como Chefe do Serviço de Documentação Científica do Hospital Materno

Infantil. Foi Assistente da Direção Geral do Hospital Universitário,

Supervisora do Estágio de Residentes em Pediatria do Hospital

Universitário na área de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) em

1989, Diretora Adjunta de Serviços Assistenciais do Hospital Universitário

e Chefe Substituta do Departamento de Medicina III/CCS/UFMA. Foi

Chefe da Divisão Médica do Hospital Universitário, cargo que atualmente

exerço, seguindo os passos de minha mestra.

Cumpre destacar sua atuação como Preceptora da Residência

Médica em Pediatria do Hospital Universitário e de monitores da

disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias. Coordenou o Programa

Interinstitucional de Iniciação Científica entre CNPq e UFMA, orientando

bolsistas nesta área, sempre advogando a pesquisa científica como parte

imprescindível da formação médica. Foi Membro da Comissão de

Reavaliação de Residência Médica em Pediatria e coordenadora do

Estágio de Pediatria do Hospital Universitário. Coordenou o Curso de

Especialização em Patologia Tropical e diversos Projetos de Pesquisa e

de Extensão Universitária, desenvolvidos na área da Parasitologia e

Medicina Tropical. Era regularmente requisitada para orientar

monografias de conclusão do Curso de Medicina, sendo absolutamente

acessível a quem dela solicitasse do saber ao conhecer.

Examinadora meticulosa, foi membro de Bancas de Concurso para

Docentes e de defesa de Monografias de conclusão de Curso, além de

membro de Comitês Assessores de Ciências da Vida e da Saúde –

Convênio entre UFMA e CNPq. Sua competência em todas as áreas de

seu conhecimento, conferiu-lhe aval para atuar como brilhante


conferencista, expositora e palestrante em Mesas Redondas, Painéis,

Cursos e Seminários, em eventos científicos locais e nacionais. Por

todas estas razões e por todos os predicados que acumulou ao longo de

uma carreira irrepreensível, foi nomeada Conselheira Titular do Conselho

Municipal de Saúde de São Luís como representante da UFMA, sendo

empossada pelo Sr. Prefeito Municipal em 6 de novembro de 1977.

As Sociedades Médicas de sua área de atuação, encontraram em

Maria Augusta, força atuante e obstinada. Profundamente participativa,

foi Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Pediatria no Rio de

Janeiro, da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Maranhão, da

Sociedade de Pediatria e Puericultura do Maranhão, da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical no Rio de Janeiro, da Sociedade

Brasileira de Parasitologia no Rio de Janeiro. É Membro Fundador da

Sociedade Brasileira de Infectologia de Natal e da Sociedade de

Parasitologia e Doenças Tropicais do Maranhão. É Sócia Fundadora da

Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da UFMA e da

Fundação Josué Montelo. Foi Sócia da Associação Brasileira de

Educação Médica (ABEM) e Sócia Efetiva da Sociedade Brasileira de

Médicos Escritores (SOBRAMES), onde exerceu o cargo de Diretora

Vogal da Regional do Maranhão, eleita para o biênio 1980/1981 e cuja

presidência atualmente exerço em outra feliz coincidência de nossa

trajetória.

Por todos os esforços depreendidos e relevantes serviços

prestados à ciência e à Medicina, Maria Augusta foi laureada com

Diploma de Sócio Nato do Centro de Estudos do Hospital Infantil da Cruz

Vermelha Brasileira em São Paulo no ano de 1969. Recebeu Menção

Honrosa do Governo do Estado do Maranhão e do Sr. Secretário de

Estado da Administração, Recursos Humanos e Previdência, em 1994.

Recebeu Menção Honrosa da Diretoria do Hospital Universitário pela

implantação e coordenação do Serviço de Documentação Científica da

Unidade Materno-Infantil, em 2000.

Toda uma vida dedicada à medicina, traduziu-se também em

importantes publicações científicas. A professora Maria Augusta

desenvolveu estudos sobre as grandes endemias do Maranhão,

esquistossomose, sarampo, leshimaniose, diarréias infantis, controle de

infecção hospitalar, identificação da flora bacteriana em UTIs,

enteroparasitos e comensais intestinais, meningites, ancilostomose e

estrongiloidose. Estes relevantes trabalhos, se tornaram referência

nacional obrigatória. Neles está incutido, além do método científico


apurado, a humanidade desta médica genuína em sua vocação, cuja

sensibilidade permitia observação refinada dos problemas de sua gente.

“O médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”,

vaticinou Abel Salazar e nos demonstrou Maria Augusta, com o seu

saber e o seu proceder.

Na UFMA, a professora Maria Augusta reorganizou a disciplina de

Doenças Infecciosas e Parasitárias e introduziu, como uma das

atividades do programa, a pesquisa de campo, o que muito me aprazia e

que propiciou a muitos alunos, seus primeiros trabalhos científicos

apresentados em eventos locais e nacionais. Em 1972, foi a inspiradora

da fundação da Sociedade de Parasitologia e Doenças Tropicais do

Maranhão e seis anos depois, organizou a primeira Jornada de

Parasitologia e Medicina Tropical do Maranhão. No Hospital Materno

Infantil, reorganizou e atualizou o prontuário médico que passou a servir

de modelo a outras instituições locais e para algumas de outros Estados,

que enviavam visitantes em busca destas informações. Reestruturou a

Comissão de Infecção Hospitalar da qual foi presidente.

Em 1986, devido aos trabalhos sobre esquistossomose mansônica

apresentados no Congresso Brasileiro de Parasitologia, no Rio de

Janeiro, em parceria com nosso digníssimo confrade e seu esposo,

Aymoré Alvim, receberam convite do Governo Alemão e foram a Berlim

Ocidental, para um curso-estágio em diagnóstico imunológico de

doenças parasitárias.

Dedicada ao exercício da Pediatria, tinha um desvelo todo especial

aos seus pequenos pacientes. Compartilho um fato curioso que me

relatou o professor Aymoré: Muitas vezes ela chegava até ele e dizia:

“Meu bem, vai comprar esses remédios para um paciente, pois não tem

no Hospital. Traz, também, um carrinho ou uma boneca”, a depender do

sexo da criança. Ao que ele então, lhe respondia: “Meu bem, falta de

remédio é problema do hospital e esse negócio de brinquedo é coisa

para Papai Noel”. A tréplica, então, vinha fulminante: “Se não puderes ir

me diz, porque eu mesma vou”. E ele, sabiamente, respondia: “Não,

senhora! Eu já estou indo”. Era essencialmente solidária com a vida.

Queria-a esplêndida para todos. Possuía a generosidade refletida em

seu olhar e registrada em suas atitudes pessoais, ao longo de sua

esplêndida e coerente biografia. Assim era Maria Augusta Brahuna

Alvim, ornada de todos os significados de seu nome.


Conto-lhes, em retribuição ao que me foi dado conhecer de sua

vida, um fato curioso que protagonizamos: Certa feita, aguardava

cabisbaixa, uma prova prática de entomologia a ser aplicada, pela

também queridíssima e saudosa professora Moema Alvim, durante a

qual teríamos que escolher uma das muitas caixas de madeira que

abrigavam, espetados, insetos de toda sorte e uma vez aberta a caixa-

surpresa, devíamos discorrer sobre filo, subfilo, classe, ordem, família,

gênero, enfim, tudo que se referia àqueles seres. Uma vez escolhida,

não nos era permitido mudar de caixa. Minha patrona passou por mim,

acariciou-me as tranças e seguiu a caminho do laboratório, mas

percebendo a angústia, voltou. Questionada, informei-lhe que havia

estudado tudo, menos as baratas. E tinha certeza que ia escolher a caixa

de baratas. Aquilo ali não consigo nem olhar, quanto mais estudar, disse-

lhe. Ela riu e entrou no laboratório, ao sair anunciou o início das provas e

se foi. O infortúnio me sorriu e escolhi justamente a caixa de baratas!

Paralisada e tentando segurar o choro, já prevendo a nota baixa, não

consegui pronunciar uma palavra, ao que a professora Moema reagiu,

fingindo-se impaciente: “Escolhe outra! Uma fada me contou que tens

alergia a barata…”. E assim, fui bem feliz com os coleópteros! Esta era

Maria Augusta, ornada de todos os significados de seu nome.

Sempre foi uma guerreira. Mas o Senhor entendeu que ela já havia

cumprido a sua missão, que seu companheiro de toda vida estava pronto

para voltar a ser só e a medicina mais triste. E levou a sua e nossa

Augusta. E com a devida licença, reproduzo, se assim me permitir a

emoção, as palavras de seu amado esposo: “Foi numa madrugada igual

a muitas outras, mas foi diferente. Ficou fria, nebulosa e triste. Nesse dia,

não houve aurora. O meu sol se apagou. A minha estrela já não brilhava

mais”. Era primeiro de dezembro de 2006. Quando recebi a notícia, um

turbilhão de boas lembranças me invadiu o pensamento. Custou-me crer

que não a veria mais. A memória insistente nos ameaça com seu

conteúdo abrasador. Um ser irrepreensivelmente civilizado. Que

saudades!

Senhor Presidente, Senhoras Acadêmicas e Senhores

Acadêmicos, durante o caminho que precedeu a minha eleição, ouvi

mais de uma vez que a Academia é o lugar onde vamos envelhecer. Eu

entendo que a Academia seja o lugar onde podemos rejuvenescer, em

função de novos horizontes e do aprendizado constante na troca de

conhecimentos sobretudo com os que nos sucederão, os jovens

aspirantes ao Bastão de Esculápio. Doravante ocuparei a cadeira


número 46 desta egrégia congregação, sendo e eternamente grata aos

acadêmicos que me distinguiram com sua escolha e por me permitirem a

honra de ter Maria Augusta Brahuna Alvim por patrona.

“A arte é longa, a vida é breve”, advertiu-nos Hipócrates. As palavras,

caríssimos, podem sofrer a intervenção dos anos, contudo, não nos

isolam deles. Aquelas palavras, sábias e prudentes, ajustam-se às

urgências do nosso tempo. Cumpre-nos, dedicar de forma intransigente e

integral a dar cobro ao que nos é determinado por esta Academia. A

ética, esta não está em questão: é dever de todos e de cada, não se

transigindo com a sua inobservância. Cumpre-nos sobretudo, prover

vigilância infatigável sobre a evolução responsável e a dignidade da

medicina e da classe médica. Pesa sobre mim, nestes instantes, o aviso

de que responderei, em estreita aliança com os que me dignam ingressar

nesta casa, por este magnânimo dever. A minha disposição, senhoras e

senhores, há de querer ter as mesmas feições de dedicação e

perseverança que é o signo maior dos membros deste egrégio sodalício.

Ninguém chega até aqui sozinho. O caminho é longo e árduo.

Devo muito a muitos. Aos pais e mestres que me mostraram o caminho,

aos colegas e amigos que me acompanharam, aos filhos e alunos que

representaram um estímulo constante na minha trajetória e aos

pacientes, razão de ser da Medicina. Hoje, o expressivo comparecimento

de amigos, autoridades, ilustres colegas e professores que nos honram

com sua presença, certamente reflete não o eventual prestígio desta

novel acadêmica, mas a amizade, o afeto e acima de tudo, o

reconhecimento e a grandeza desta Academia e da Medicina. Percebo

que as conexões que controlam as minhas emoções não foram ainda

totalmente seccionadas ou danificadas. Estou emocionada, o que é

perfeitamente natural. Ingressar na Academia Maranhense de Medicina,

é um feliz momento de minha carreira e, sem dúvida, extraordinário

privilégio.

Encerro louvando a Deus pela vida e aos que me apresentaram às

primeiras letras, conduzindo-me pelo do caminho estudo e da retidão,

cuja herança mantenho, plena de gratidão e orgulho: minha mãe e meu

pai.

Agradeço particularmente a alguns dos membros atuais que, durante

meses, pela amizade que a eles me liga, insistiram incansavelmente para

que me candidatasse.


Ao meu amado companheiro de vida, Waldo Andrade de Matos,

agradeço pelo carinho, pela compreensão e constante assessoria com

nossa casa e filhos, nos períodos em que sou mais ausente.

A Lucas e Tiago, filhos e, portanto, alvos permanentes do meu amor,

cujas ausências me doem, mas justifica-se pelo propósito do estudo a

que ora se dedicam e que orgulha esta mãe.

Aos irmãos de sangue e amigos fraternos.

A todos que tiveram o desprendimento de seu tempo, para alegrar

nossos corações com suas presenças, agradeço sinceramente, a vinda a

esta cerimônia e pela paciência em ouvir-me.

Muito obrigada.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page