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DISCURSO DO PRESIDENTE DA AMM, PROF. DOUTOR JOSÉ MÁRCIO SOARES LEITE, NA POSSE DA ACAD. LEOPOLDINAMILANEZ DA SILVA LEITE, NA CADEIRA Nº 49, PATRONEADAPOR BENEDITO DUAILIBE MURAD, NA AMM.

Saudação aos presentes...

Hoje empossamos neste sodalício, na Cadeira de nº 49, patroneada pelo

médico Benedito Duailibe Murad, a médica ortopedista, Dra. Leopoldina

Milanez da Silva Leite

A partir das deformidades verificadas no ser humano durante sua evolução

e da necessidade de corrigí-las surgiu a ortopedia. Conforme a ortopedia foi

evoluindo, foi possível oferecer às novas gerações a possibilidade de não

repetir os erros do passado e copiando os acertos, aperfeiçoá-los para

oferecer maior conforto aos pacientes atuais.

No papiro de Edwin Smith, roubado de uma tumba em 1862, atribuído a

Imhotep que era médico, arquiteto, astrólogo, e primeiro ministro do Egito

os traumas foram classificados de acordo com os seus prognósticos em três

categorias: uma doença que eles deveriam tratar, uma doença que eles

deveriam combater e uma doença que eles não tratariam.

No período entre 430 e 330 a.C. um texto grego muito importante é

conhecido como o Corpus Hippocraticum, escrito por Hippocrates, que

ficou conhecido como o pai da medicina. Entre seus volumes, encontra-se

um sobre articulações. Neste a luxação do ombro foi descrita junto com os

vários métodos usados em sua redução. Também havia seções que

descrevem a redução de luxações acromioclavicular, têmporo-mandibular,

joelho, quadril e cotovelo.

No século XII, a Europa voltou a despertar de um período cultural escuro

voltando a construir universidades e hospitais, mas foi só no século XVI

que ressurgem novos personagens na história da ortopedia. Ambroise Paré,

pai da cirurgia francesa, é considerado o fundador da ortopedia. Bourg

Herent publicou a obra Dez Livros de Cirurgia e entre as técnicas projetou

instrumentos, próteses, coletes para escoliose e botas ortopédicas. O

francês Nicholas Andry (1658-1759) publicou, em 1741, um livro famoso

chamado Orthopaedia: The Art of Correcting and Preventing Deformities

in Children. O mesmo autor foi o primeiro a usar o termo ortopedia para

correção de deformidades ósseas.


Antonius Mathysen (1805-1878) foi um cirurgião militar holandês, que em

1851 inventou a atadura de gesso. Esta atadura proporcionou grande

avanço na imobilização de membros fraturados.

Assim vários ortopedistas famosos foram se sucedendo ao longo dos

séculos XVII, XVIII e XIX. Na virada do século XIX para o XX vale

lembrar o inglês Robert Jones (1835-1933), que fundou associações e

hospitais ortopédicos e escreveu seu livro-texto Orthopaedic Surgery, que é

tido como o primeiro a tratar sistematicamente do diagnóstico e tratamento

das fraturas recentes.

A partir destes grandes avanços do passado chegamos ao século XXI.

Neste século surgiram novas técnicas, aparelhos, exames, e grandes

aprofundamentos nos estudos biomecânicos e o completo entendimento da

seqüência do genoma humano trará avanços inimagináveis

A partir de hoje, no entanto Dr. José Carlos do Amaral, com seu ingresso

nesta Casa, o Confrade passará a conviver com os dois mundos do Estado

da Arte da Ortopedia: O mundo da ciência médica e da técnica cirúrgica e o

mundo da literatura geral e da história da medicina, e, essa tem sido a

missão da Academia Maranhense de Medicina em seus 29 anos de

existência. Lutar pela manutenção dos postulados éticos e médicos da

medicina e pela preservação de sua história, reconhecendo os modernos

avanços técnico-científicos, mas valorizando o passado sobre os quais esses

avanços foram erguidos, salientando sempre a importância da humanização

do ato médico, na exata dimensão de que a vida é um instante da eternidade

cantado em prosa e verso por poetas, sábios e filósofos e que se sublima

pelo amor, pelo trabalho e pela realização de um ideal que eleva a alma e

aquece o coração. Um ideal verdadeiro, que o levou a pleitear um assento

na Academia Maranhense de Medicina. Não aquele ideal de Nietszche

onde a meta maior é o poder. Não aquele ideal de Sartre onde “o ser

existencial” é deterministicamente moldado pela própria “existência”. Mas,

um ideal elevado, tendo como motivação apenas um bem conviver,

aprender, compartilhar ideias e opiniões.

Hoje é um marco em sua vida. É o coroamento de muito trabalho e estudo.

É a colheita de frutos sazonados em muitos outonos e muitos invernos. É a

imortalidade caindo sobre sua alma acadêmica a viver nesta morada que

guarda com carinho os entes aqui professados. É mais luz que se acende no

teatro da vida para lhe dar calor e amizade, que o trouxe a sentar-se

conosco aqui esta noite, onde veio aportar sem favorecimentos indevidos


mas com um lastro científico e moral que muito o dignifica. Tenho certeza

que V. Sa. vai abrilhantar esta Academia tão cheia de Ciência e de Saber.

Saber das coisas para analisar a vida em seus mistérios.

Seja bem-vinda a Academia Maranhense de Medicina, Acad. Leopoldina

Milanês da Silva Leite

 
 
 

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