Raimundo Clarindo Santiago
RAIMUNDO CLARINDO SANTIAGO nasceu em Newton Belo, então Vila São Bento, no dia 12 de agos- to de 1893. Filho de Augusto Juvêncio Santiago e Adol- fina Mendonça Santiago. Dos seus estudos sabemos que cursou Humanidades no Liceu Maranhense.
Em busca do seu verdadeiro objetivo, viajou para o Rio de Janeiro, a fim de estudar Medicina na Faculdade da- quele estado. Formou-se em 1917, com a defesa de sua tese original, Comentário Clínico da Aortite Sifilítica, no mês de agosto desse fluente ano.
Voltou para São Luís e no seu dinamismo, exerceu as atividades medicas conciliadas a literatura ,magistério e política. Priorizou a medicina e, especialmente em tra- tamento da tuberculose pulmonar, pelo pneumotórax artificial, segundo método de Fiorianini, e instalou con- sultório na Rua Osvaldo Cruz.
O jovem medico, de posse de uma nomeação foi dirigir, em 1920,o posto profilático do município de Guimarães, e, posteriormente, em 1935 ,Inspetor Sanitário do Dis- pensário de Tuberculose.
O Magistério, ou melhor, a educação foi-lhe outro fascínio. Professor do Liceu Maranhense, Catedrático de Corografia e Lente examinador de Francês, Química, Fí- sica e Historia Natural. Foi mais tarde diretor desse tra- dicional estabelecimento de ensino, e em 1930 assumiu a Direção Geral da Instrução Publica. Clarindo teve outra tendência, a Política. Conceituado em outros campos, com vasto círculo de amigos, candidata-se a vereador de São Luís em 1927, saindo-se vitorioso em 3 lugar, sendo eleito Presidente da Mesa Diretora. Com a derrubada da República Velha, destituído o poder Legislativo, cassado seu mandato, volta a se candidatar em 1934 pelo PSD a uma Cadeira do Congresso Constituinte. Apesar de vo- tação expressiva não conseguiu tomar posse. Acusado de envolvimento e identificado com a ideologia comu- nista, é preso junto com outros camaradas, enquadrado na Lei de Segurança Nacional, recambiado para o Rio de Janeiro, onde consegue a absolvição.
Mas é no labor das letras, que Clarindo se concentra, e demonstra exercita-las por vocação e prazer. Foi mem- bro efetivo da Cadeira 4, de Estácio da Silveira, no Insti- tuto Histórico e Geográfico do Maranhão.
Para coroamento da sua vida de escritor, consagrada com constante colaboração em vários jornais, disputa de um merecido lugar - uma Cadeira na Academia Maranhense de Letras. Com a morte do acadêmico Al- meida Nunes, concorre a cadeira no 13, fundada pelo antecessor e patroneada por José Cândido de Moraes. O novo imortal tomaria posse em fins de novembro ou início de dezembro de 1941.Não o fez por haver sido vítima de trágico acidente no rio Tocantins em 25 de novembro de 1941.
