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Odilon da Silva Soares

Cadeira Nº 31

Nasceu em Pinheiro- MA em 1º de janeiro de 1902. Era filho de Tito Otaviano Duarte Soares, natural de Bacurituba/Ma, à época termo da cidade de São Bento –MA onde vivia, mudou-se para a cidade de Pinheiro em 1889 onde casou-se com Maria Tereza Silva Soares com a qual iniciou a sua prole. A fa- mília voltou para São Bento em 1909 e aí Odilon fez o primário na Escola Mista Estadual, atual Grupo Escolar Mota Junior, pois já estava alfabetizado pelo seu pai, que era Professor, além de Advogado Provisionado e Farma- cêutico Prático.

Para continuar a sua instrução veio para São Luís e fez o curso ginasial e o científico no Liceu Maranhense. Ini- ciou o curso universitário na Faculdade de Direito de São Luís, em 1920, na qual cursou apenas o 1º ano. Nesse mesmo ano fez concurso para professor da Escola Técnica do Centro Caixeiral conquistando o primeiro lugar. Em 1922 foi nomeado 3º Escriturário da Secretaria de Fa- zenda do Estado do Maranhão, pelo Dr. José Maria Ma- galhães de Almeida, que posteriormente seria governa- dor do Estado, e o colocou à disposição facilitando que se transferisse para o Rio de Janeiro, onde em 1923 fez vestibular e foi aprovado para a Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil. Morava em uma hospedaria de propriedade de um casal germânico para o qual en- sinava português e com ele aprendia alemão. Formou-se em Medicina em 1928. Especializou-se em Obstetrícia, Tisiologia, Cirurgia Geral e Cirurgia Torácica. Para o seu doutoramento defendeu a tese “Contribuição ao estudo das apófises pterigoides”, publicada em 1929 no Boletim do Museu Nacional, já que o trabalho foi realizado no laboratório de Antropologia dessa instituição.

Contraiu tuberculose e ao curar-se instalou o seu consul- tório em Santa Luzia no Estado de Goiás, e mais tarde transferiu-se para São Luís, com sua esposa, Antônia Ar- ruda Soares, também médica e farmacêutica. Aqui nas- ceu a sua única filha à qual deu o nome de Flávia Maria.

Desempenhou as seguintes atividades: auxiliar técnico da cadeira de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro; interno do Hospital da Marinha por concurso, em primeiro lugar; assistente, chefe de cirurgia, diretor, Vice provedor e Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Maranhão.

Cirurgião do Hospital Português (MA), onde realizou a primeira cirurgia de apendicite supurada; fundador e Diretor Técnico da Liga Maranhense contra a Tuberculo- se; chefe da equipe que realizou a primeira toracoplastia do norte e nordeste do Brasil, em São Luís; introdutor, no norte e nordeste da técnica do pneumotórax como au- xiliar no tratamento da tuberculose. Como político, foi eleito Deputado Constituinte em 1946 pelo PSD/MA e na Câmara Federal era membro permanente da Comissão de Saúde e da sua lavra foi o projeto nº 21/1946 que ins- tituiu a disciplina de Tisiologia nas Faculdades Federais de Medicina e a exigência da abreugrafia nas carteiras de saúde.

Foi membro da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Maranhão, da Academia Maranhense de Letras , cadeira 34, e membro fundador do Instituto Histórico e Geográ- fico do Maranhão, cadeira 25; membro benemérito da Sociedade Brasileira de Tuberculose e membro de honra da Jornada comemorativa do cinquentenário de funda- ção das Ligas contra a Tuberculose. Pertenceu, ainda, ao Fellow American College Of Chest Physician e cola- borador do Jornal de Pinheiro e da Revista Brasileira de Tuberculose. Poliglota, falava e escrevia fluentemente os idiomas alemão, italiano, inglês, francês, espanhol, la- tim, com conhecimento do grego. Foi Professor de Biolo- gia do Colégio Estadual e Professor de Alemão no Liceu Maranhense. Participou da fundação da Faculdade de Farmácia e Odontologia e da Faculdade de Filosofia, em São Luís, e lecionou em ambas.

Era um intelectual e traduziu para a língua portuguesa obras de Goethe e para o alemão, poemas de Sousândra- de. Criou de mais de setenta bibliotecas espalhadas no Maranhão. Em Pinheiro criou a biblioteca Padre Claude D’Abbeville que deixou sob a responsabilidade da Pre- lazia e em Alcântara a Biblioteca Tito Soares. Trabalhou pela cultura do estado e conseguiu recursos para a cons- trução da estátua de Humberto de Campos na Capital Federal e para os bustos de Raimundo Correa e Artur Azevedo para a Praça do Panteão em S. Luís. Em Alcân- tara restaurou a fachada da Igreja de Nossa Senhora do Carmo e o Pelourinho de parceria com seus irmãos.

Faleceu em sua residência, em São Luís, à rua do Passeio nº 124, de um enfarte do miocárdio fulminante no dia 08 de julho de 1964

Odilon da Silva Soares
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