top of page

Fernando Ribamar Viana

Cadeira Nº 15

•  FERNANDO RIBAMAR VIANA • retrata não só um dos componentes mais ilustres da Medicina do Maranhão, como também um fecundo jornalista, poeta substancial, transbordante de imaginação e sentimento, integrante da escola satírico Emílio de Menezes, que fa- zia também versos, inclusive repentista na linha de cor- del. Fernando Ribamar Viana, filho de Manuel Ferreira Viana e Ana Lobato Viana, nasceu em São José de Ri- bamar, Maranhão, em 31 de outubro de 1904. Concluiu o Curso de Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia. Colou grau em 1934, fazendo jornalismo ligeiro de Salvador, quando retornou a São Luís-MA. Em 1935 casou-se com Maria de Lourdes Bacelar Viana, gerando desse consórcio, sete filhos: Fernando Viana Filho, Car- los Durval, Waldemiro Antônio, Ana Luiza, Maria Zélia, Manoel Fernando e Alfredo Luís. Foi Médico Clínico do Ministério da Fazenda em 1939. Exerceu a clínica em São Luís até o ano de 1955, época em que se aposentou do Serviço Público.

Especialização em Tisiologia, Proctologia e Vias Uriná- rias, trabalhou sem remuneração também na Liga Mara- nhense contra a Tuberculose.

Foi Deputado Estadual em duas legislaturas, chegando a ocupar interinamente a Presidência da Assembleia Le- gislativa, todavia dotado da envergadura de homem li- terário e inquebrantável que nunca se curvou, como afir- mou em “Folhas Soltas: “nem vassalagens rendo aos que são grandes,...” e, sobretudo possuía características pró- prias, como demonstrou ao escrever em “ O Pau D’arco”.

Entrou para a Academia Maranhense de Letras em 1941, ocupando naquele Sodalício a Cadeira nº 02, vaga pela morte do Acadêmico Fundador Domingos Barbosa. Em 1945 publicou o seu primeiro livro de poesia” Folhas Sol- tas”; em 1979 publicou “Seara” e em 1991, foi lançado “Passarela” & outros Perfis”, como parte das comemora- ções pelos 83 anos de fundação da Academia Maranhen- se de Letras.

Militou na imprensa maranhense, tendo trabalhado nos jornais “A Pacotilha”, “O Combate”, “Jornal do povo”, e “Correio da Tarde”, estes já desaparecidos, além de sua colaboração prestigiosa em “O Imparcial”, jornal de ampla circulação no Estado. Já integrado à Cadeia As- sociada, escreveu constantemente com seu filho e poeta Alfredo Luís Bacelar Viana, a secção intitulada: “Coluna Por Dois”. Foi um jornalista vibrante, inflamado, irônico, mordaz, sob todas as facetas.

Em 1955 retirou-se com a família para uma fazenda no município de Perimirim, na Baixada Maranhense, onde, durante o tempo em que ali morou, atendeu gratuita- mente a população carente da Região, numa época em que não havia quase médicos no interior do Estado do Maranhão. Atividades jornalísticas mereceu destaque o seu trabalho junto aos jovens, buscando estimular-lhes o interesse para a vida literária, captando-lhes as inclina ções e pendores, especialmente para a poesia.

Fernando Ribamar Viana da Academia Maranhense de Medicina (AMM), mostra que foi, além de eminente jornalista, médico e poeta. Sua tendência característica foi precisamente o epigrama, manejado com facilidade extraordinária, ora em sonetos em que vasa seus Perfis, ora em quadras, trovas perfeitas que ele divulgou pela cidade.

Foi ainda membro do Conselho de Cultura do Estado. Publicou, em 1978, seu segundo livro de poesia, pelo Pla- no de Ação Cultural do SIOGE, “Seara”. Recebeu inúme- ras condecorações, dentre elas: Medalha do Sesquicente- nário da Independência; -Medalha do Mérito Timbira; Medalha Graça Aranha, homenagem do Governo do Es- tado do Maranhão; Medalha Gonçalves Dias, homena- gem do Governo do Estado do Maranhão; Medalha Gon- çalves Dias, Homenagem da Academia Maranhense de Letras. No Maranhão foi o mestre maior em trocadilhos. Polemizou várias vezes, com cuidado, nos conceitos que emitiu a respeito dos adversários. Faleceu em 14 de se- tembro de 1983. Porém, horas antes do seu falecimento, aflorou em sua alma de poeta os derradeiros versos:

“Merece o pincel de um Rubens... O sol já quase a pousar

Parece sair das nuvens

- pra cair dentro do mar”.


Fernando Ribamar Viana
bottom of page