Antônio Jorge Dino
Cadeira Nº 05
• Maranhense da cidade de Cururupú, filho de Jorge e Vicência, imigrante libane- ses, Antônio Jorge Dino nasceu em 23 de maio de 1913, sendo o único filho do casal. Naquela cidade estudou o primário e concluiu o curso de marceneiro. A vontade de progredir o fez deixar a proteção de sua família e encarar a vida difícil na capital maranhense, onde concluiu o Gi- násio, no colégio Ateneu Teixeira Mendes.
Contrariando seu pai, decidiu deixar o Maranhão para estudar Medicina no Rio de Janeiro. Na capital carioca, foi aluno da Faculdade Nacional de Medicina. Neste período, tornou-se interno da Beneficência Espanhola, onde permaneceu até sua formatura.
Antônio Jorge Dino casou-se em São Luís no dia 16 de março de 1953 com Enide Moreira Lima Jorge Dino. Co- nheceram-se através da irmã mais velha dela, que era pa- ciente do jovem médico e esposa do amigo e parceiro de pensionato, Josué Montello. Antes disso, por volta dos anos 50, para não deixar as raízes da terra, ele fundou a Associação Maranhense, reunindo a colônia maranhen- se residente no Rio de Janeiro, que contava com assistên- cia médica, alimentação e até hospedagem. A Associação funcionava na sua própria casa à rua Santo Amaro, 137, no Catete. “Nossa casa era o consulado maranhense”, di- ziam. Juntos, eles tiveram seis filhos (Silvia, Célia, Jorge, Regina, Antônio e Rosila), e, mais dois filhos antes do casamento, Osvaldino e Roberto.
Um ano após o casamento, o Dr. AntonioJorge Dino ini- ciou sua carreira política, concorrendo, no ano de 1954, ao cargo de Deputado Federal, sendo eleito pelo PSD. Foi reeleito ao cargo, e com a fundação de Brasília, mu- dou-se para a nova capital Federal com a família. Após seu 2º mandato, ele retornou a São Luís, por motivo de saúde, e, em 1962, elegeu-se deputado Estadual. Logo, foi indicado pelo partido para concorrer ao Governo do Estado como Vice-Governador na chapa de José Sarney, sendo eleitos. Em 1970,assumiu o caro de Governador do Estado do Maranhão, por 11 meses. Após esse perío- do abandonou a política para dedicar-se especialmente à medicina.
Apesar da vida agitada, dedicou todos os seus 63 anos de vida à filantropia, atendendo pacientes carentes, tan- to no Rio de Janeiro, onde foi diretor vitalício do Hospi- tal Alan Kardec, como em São Luís, na Santa Casa de Mi- sericórdia, e em seu consultório particular. Foi professor titular da cadeira de Cirurgia II, na Universidade Federal do Maranhão, e membro da Academia Maranhense de Medicina. Sua luta incansável contra o câncer no Esta- do do Maranhão teve início em 1965, quando assumiu a presidência da Liga Maranhense de Combate ao Câncer, e Enide Moreira Lima Jorge Dino, sua esposa, a presi- dência da Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Juntos, deram um verdadeiro impulso a esta luta, que saiu dos limites do Estado do Maranhão e, hoje, faz par- te da história da cancerologia no Brasil. Àquela época, existia o Hospital Aldenora Bello, inaugurado no gover- no Newton Bello, representado apenas por um consul- tório, um aparelho de Raio-X precário e uma sala para as voluntárias. Antônio Dino, junto com Enide Moreira Lima Jorge Dino e muitos amigos colaboradores deram início a campanhas e promoções destinadas à ampliação do Hospital, com a construção de um centro cirúrgico e demais dependências e a importação de uma Bomba de Cobalto, utilizada no tratamento de radioterapia, com- pletando assim o ciclo de tratamento: cirúrgico, quimio e radioterápico.
Em 1976, o médico Antônio Jorge Dino falece decorrente de problemas cardíacos. Nove meses após sua morte, foi criada a Fundação Antô- nio Dino, que surgiu após a junção da Liga Maranhense e da Rede Feminina de Combate ao Câncer para dar con- tinuidade ao seu legado. Hoje, a entidade é presidida por sua esposa a Senhora Enide Moreira Lima Jorge Dino, que continua alimentando o sonho de seu marido, dedi- cando-se a esse trabalho incessante de luta pela melhoria de vida das pessoas carentes. Além do Hospital do Cân- cer Aldenora Bello (HCAB), referência no tratamento de câncer no estado, a Fundação mantém um Núcleo de Vo- luntárias, duas casas de apoio (Erosilda Mota e Criança Feliz) para pacientes carentes, um Centro de Estudos do Câncer e um Centro de Captação de Recursos. São várias unidades operacionais que se destinam a apoiar todos os pacientes carentes, portadores de câncer no Maranhão.
